CONHEÇA A HISTÓRIA DE
ARMANDO VALLADARES
UMA VÍTIMA VIVA DAS ATROCIDADES DO REGIME DE FIDEL CASTRO 
ARMANDO
VALLADARES passou 22 anos nas desumanas prisões de Fidel Castro,
unicamente por expressar suas idéias contrárias ao marxismo-leninismo. Preso
rebelde, de profundas convicções cristãs e democráticas, negou-se aos “planos
de reabilitação” do regime comunista.Isso desencadeou represálias brutais sobre
ele, prisão, solitária e torturas. A sua família sofreu perseguições.
Negaram-lhe alimento por 46 dias na tentaviva de quebrarem sua resistência.
Como conseqüência amargou 8 anos em uma cadeira de rodas. Em 1982 o presidente
da França, François Mitterrand, conseguiu que Fidel Castro libertasse o poeta.
NO BRASIL, FIGURAS
REPRESENTATIVAS DA CHAMADA ESQUERDA CATÓLICA, COMO O CARDEAL ARNS, FREI BETTO, E
LEONARDO BOFF VISLUMBRARAM NA CUBA COMUNISTA "SINAIS" DO
REINO DE DEUS ONDE NA REALIDADE, O QUE EXISTE É
UMA ANTE-SALA DO INFERNO. E ESTA REALIDADE ESTÁ DESCRITA EM "CONTRA TODA A
ESPERANÇA".
ARMANDO VALLADARES
escreveu “CONTRA TODA ESPERANÇA” Abaixo cito alguns trechos dessa obra. É
importante que os cidadãos brasileiros conheçam um pouco sobre a verdadeira
história de Cuba, pois muitos dos comunistas brasileiros que se empenharam na
luta armada contra o regime militar fizeram em Cuba seus cursos de formação em
guerrilha. É deprimente saber que essas pessoas que compactuaram com o regime
de Fidel e tentaram implantar o comunismo no Brasil, são hoje citados como
heróis em filmes com tom de romantismo e ainda recebem volumosas pensões e
indenizações. A verdade é óbvia, nenhum deles lutou para implantar um
regime democrata, mais sim um regime totalitarista, a ditadura do proletariado.
TRECHOS do livro
CONTRA TODA ESPERANÇA – 22 anos no GULAG das AMÉRICAS
Não acredito que o
homem deva ser dogmático, mas sim que, ao contrário, seus critérios devem
evoluir. Mas há algo em que ele não pode ceder: suas convicções ou valores
éticos, que são como pilares que o sustentam interiormente. Se apenas um deles
quebrar, o edifício íntegro de sua vida poderá vir abaixo.
A 9 de janeiro de 1966
os chefes de grupos reuniram-se na diretoria da penal. A reunião durou apenas
alguns minutos. Foi uma análise rápida do porquê os presos
contra-revolucionários não aceitavam a reabilitação. O método que combinaram
para conseguir isso foi uma verdadeira operação de terror. Os chefes receberam
instruções sanguinárias e deixaram-nos com as mãos livres para matar
prisioneiros em cada bloco e generalizar o terror.
Quando os presos
protestavam por alguma agressão, os escoltas começavam a atirar. Assim mataram,
no bloco 31, Eddy Alvarez e Dany Crespo.
Deudado Aquit tinha pego
seu prato e estava na fila diante dos caminhões, como se fazia todas as tardes.
O cordão de escoltas encontrava-se muito perto e pronto para subir nos seus
caminhões, depois que os presos, uma vez contados, subissem no deles. Soprava
um vento forte. O chapéu de Aquit saiu voando e caiu a alguns metros. O preso
pediu autorização ao chefe do grupo para sair da fila a fim de pegá-lo e o
militar respondeu-lhe que esperasse um pouco, que ia contar os presos. Quando
terminasse, ele poderia pegar o chapéu. O cabo começou a contagem, chegou ao
final, voltou-se e fez-lhe sinal que já podia ir pegar o chapéu. Aquit saiu,
deu dois passos, inclinou-se e nunca mais tornou a se erguer. Do fim da fila,
um dos escoltas disparou uma descarga de fuzil AK nas costas dele.
— Isso é para ele não
tornar a sair da fila sem permissão — comentou, apontando Aquit com o cano
fumegante.
A visita (cap. 2)
Jesus Carreras era um dos chefes das guerrilhas contra a ditadura de
Batista. Operava em Escambray, cordilheira montanhosa da zona central da ilha.
Sua coragem pessoal nos combate o havia transformado em um herói lendário
naqueles lugares. Mas o comandante Carreras não havia combatido para a
instauração de uma ditadura mil vezes mais feroz da que ajudou a derrubar. E
Castro mandou-o para o cárcere, como a tantos outros oficiais. Carrera havia
tido atritos com Che Guevara em plena guerra, porque não aceitava a imposição
de Castro de situar um comunista como chefe da frente guerrilheira de
Escambray. Che e Castro nunca esqueceram isso. Conversávamos com
freqüência porque vivíamos no mesmo grupo, e ele me disse que tinha certeza
de que seria condenado à morte por causa daquilo. JESUS CARRERAS FOI
FUZILADO. Pelos constantes fuzilamentos, a prisão de La Cabaña havia se
transformado no mais terrível de todos os cárceres.

Morte após morte (cap.
3) Sorí Marín foi um dos mais estreitos colaboradores de Castro. Lutou
ao lado deste nas montanhas e fez parte de seu Estado-Maior. Fez a lei da
Reforma Agrária. Nos primeiros meses de triunfo revolucionário, esses laços
apertaram-se mais ainda. Castro costumava almoçar na casa de Sorí Marín,
atraído pela excelente cozinheira que era a mãe dele. Por isso, a senhora
Marín, quando soube que seu filho ia ser fuzilado foi falar com Castro. A velha
abraçou, chorando, o líder revolucionário que lhe acariciava a cabeçal. - Fidel, eu te suplico.. que não
mate meu filho, faz isso por mim - Acalme-se... Não
vai acontecer nada com Humberto, eu prometo. E
a mãe de Sorí Marín, louca de alegria, beijou Fidel e foi comunicar à família
que tinha conseguido afinal passaram tantos perigos juntos, partilharam tantos
dissabores e angústias! Aquele passado comum não podia ser esquecido. Na noite
seguinte, por ordem expressa de Castro, HUMBERTO SORÍ MARÍN foi fuzilado. Os
homens que lutaram com Castro para estabelecer a democracia foram enganados;
alguns fugiram do país, outros voltaram a empunhar armas ou participavam de
planos conspiradores.
As revistas, surras e saques (cap. 9) Para ocultar o fato de que havia uma forte repulsa ao Governo comunista por parte dos camponeses, chamaram-nos de "bandidos" e criaram uma força especial contra os insurretos, o "Batalhões de Luta contra Bandidos" ou LCB. Buscando seu extermínio, fuzilavam não apenas os guerrilheiros, mas também os camponeses que atuavam como guias, correios e contatos.Os camponeses discordavam em grande número do regime de Castro e os que não integravam as guerrilhas cooperavam com elas de muitas maneiras. Aquelas terras são muito férteis e os camponeses plantavam bananeiras, tubérculos e todo tipo de frutos menores; criavam porcos e aves em seus pequenos sítios e o Governo considerava que era dessas fontes que os rebeldes se abasteciam. Para tirar-lhes esse apoio, o Governo idealizou um plano de reconcentração. Todas as famílias estabelecidas no Escambray e seus arredores foram desalojadas. Caminhões do Instituto Nacional da Reforma Agrária (INRA) e do exército, cheios de tropas, pararam diante das casas humildes. Só lhes permitiram levar algumas roupas e objetos pessoais. As frutas, aves, porcos e algum gado foram confiscados pelo INRA. Destruíram as plantações, puseram fogo nas casas e a água dos poços foi envenenada. A política da terra arrasada para eliminar as fontes de abastecimento aos guerrilheiros foi meticulosamente levada a cabo. As mulheres e crianças foram separadas dos homens e levadas para Havana.
A vara Ho-Chi-Minh (cap.17)
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Presídio modelo Ilas de Pinos |
Quando alguém lê ou ouve
falar sobre um prisioneiro confinado numa cela, nas condições que nós
estávamos, nunca pensa em certas coisas, porque é impossível concebê-las fora
de um cárcere. Entre elas, como satisfazer as necessidades fisiológicas com um
mínimo de higiene. Tínhamos que fazê-lo ali, naquele buraco, em um dos cantos;
mas ao terminar não havia nada para nos higienizarmos: nem água, nem sabão, nem
papel, nem um pedaço de pano. Como papel higiênico tínhamos que usar os dedos.
Não havia outro jeito. Boitel estava gritando e discutindo com um guarda.
Eu não sabia do que se tratava:
— Isso é covardia. Vocês
são uns miseráveis e fazem tudo isto amparando-se na força da farda!
— Boitel nos explicou
que o haviam fincado com um pau. Na realidade, não entendi bem o que ele estava
querendo dizer até que o guarda, caminhando pelo teto, chegou à minha cela.
Estava com uma comprida vara de madeira, com a ponta afinada, e logo percebi o
que tinha acontecido.
Desde então, as varas de
Ho Chi-Minh iriam nos torturar e levar à beira da loucura. Eu estava esgotadíssimo. A falta de
sono e a tensão afetavam-me seriamente e eu notava. Recorria, então, a Deus.
Minhas conversas com Ele terminavam em um fortalecimento espiritual que, eu
sentia, dava-me novas energias.Continuaram jogando baldes de urina e excremento em nós. Nas madrugadas daquele
frio inverno, jogavam também água gelada. Era desagradável, mas nos permitia
limpar um pouco os restos de excremento do piso da cela.
Baía dos Porcos |
Em outubro de 1962,
ainda na prisão, soubemos da presença de foguetes soviéticos em
Cuba. A informação nos foi
dada pelo radinho. O país estava em perigo de ser invadido pelos Estados
Unidos. Os terrenos ao redor das circulares foram semeados de afiadas estacas
de madeira contra a descida de pára-quedistas que pudessem ser lançados para
tomar o presídio. Várias baterias instaladas apontavam para nós e os técnicos
que cuidavam do TNT ativaram explosivos para nos fazerem em
pedacinhos. Foram dias angustiosos.
Como íamos sabendo dos acontecimentos, sabíamos que poderia estourar uma guerra
nuclear. É sabido que nunca o mundo correu maior perigo que naquela ocasião. Se
acontecesse, nós seríamos os primeiros mortos.
OS NUS (cap. 28) Tiraram-nos da galé e em
um canto do pátio os barbeiros fizeram-nos um ridículo corte de cabelo,
raspando tudo a zero, menos um chumaço de cabelos sobre a testa. Sem roupa, o
ar gelado me arrepiava inteiro. Passava o tempo todo com a pele eriçada. Saímos
do pátio escoltados por guardas armados com fuzis AK e baioneta calada.
Enfiaram-nos no curral onde eram feitas as visitas. Poucos minutos depois,
fizeram-nos sinais para que começássemos a andar. Naquela manhã de 5 de outubro
de 1967 tudo era cinzento, o céu, o ar. Já nos aproximávamos das instalações da
diretoria quando uma porta se abriu e o diretor saiu. Ele disse a um dos
guardas que me fizessem entrar em um local à direita. Escutei vozes e de
repente a porta se abriu. Minha mãe e Martha foram literalmente empurradas para
dentro da sala. Eu queria que a terra se abrisse embaixo de meus pés e me
engolisse. Minha primeira reação foi abraçar-me à minha mãe para ocultar minha
nudez. Aquela canalhice dos militares, fazendo-a entrar eu estando sem roupa,
era uma atitude inqualificável.
A existência dos
prisioneiros políticos nus foi denunciada diante de governos e organizações
internacionais, mas estes não se preocuparam em se manifestar. A Anistia Internacional manteve-se em silêncio. Seu diretor era, nessa época, Sam McBride, que recebeu
o Prêmio Lênin da Paz, concedido, como se sabe, pelo Soviet Supremo da URSS aos
que defendem os interesses da União Soviética, sua política exterior e suas
concepções ideológicas. Esse mesmo Sam McBride, dez anos depois, em julho de
1978, presidia uma conferência sobre Direitos Humanos, realizada na Venezuela,
para denunciar as violações que estavam acontecendo na América Latina. Correto
e gentil, cumprimentou minha esposa, que participava da conferência, sem saber
quem era ela. Quando Martha começou seu discurso e o sr. McBride escutou-a
dizer que em Cuba os Direitos Humanos eram violados, perdeu toda a compostura,
gritou, histérico, e proibiu-a de continuar falando. Martha tentou continuar a
exposição e o sr. McBride começou a bater fortemente sobre sua mesa, gritando,
ao microfone, para os tradutores, que faziam tradução simultânea, não
traduzirem as palavras dela, impedindo, dessa maneira, e diante da consternação
de todos os presentes, que ela continuasse falando. No dia seguinte, na
primeira página do jornal venezuelano Últimas Notícias, havia esta
manchete, ocupando toda largura do jornal: "VIOLAM-SE OS DIREITOS HUMANOS EM
CONFERÊNCIA SOBRE DIREITOS HUMANOS". Os demais órgãos da imprensa
também comentavam o incidente com duras críticas. O sr. McBride não queria
ouvir nada sobre a violação dos Direitos Humanos em Cuba. O que teria pensado o Soviet
Supremo se ele o tivesse permitido? Talvez lhe retirassem a medalha Lênin da
Paz e seus comparecimentos a Rádio Moscou.
Uma prisão Nazi no
Caribe (cap. 30) De todas as prisões e
campos de concentração de Cuba a mais repressiva é o cárcere de Boniato, o
plano de extermínio e de experiências biológicas e psíquicas mais desumano,
brutal e impiedoso que o mundo ocidental conheceu, depois dos nazistas. Foram
pródigos em maldades, sanha e torturas. A capacidade de resistência
é algo muito difícil de medir no ser humano. Homens que haviam enfrentado a
ditadura castrista em combates a tiros limpos, nas montanhas ou nas cidades,
que tinham entrado ou saído de Cuba clandestinamente em missões de guerra, que
tinham dado demonstrações de coragem e de heroísmo, não podiam, desarmados,
enfrentar o terror, a incomunicabilidade, o confinamento por muito tempo. E
cediam. A cada dia os corpos emagreciam, as forças fugiam, as pernas
fraquejavam, mas nossos cimentos interiores se solidificavam e urna força
indestrutível ia se erguendo dos cantos mais remotos da alma e do cérebro: a
fé, que com cada baionetada, com cada ignomínia, com cada vexame, com cada
surra, firmava-se mais ainda.
Trataram de impedir
nossas práticas religiosas, de interromper, de desbaratar, de calar as orações
e isso custou-nos rações extras de espancamentos.
Uma noite, em um
descuido, abstraído pela leitura, surpreenderam o irmão Rivero, outro pregador
protestante, lendo uma pequena Bíblia que tinha entrado burlando a vigilância
dos guardas. Descobri-la foi, para os comunistas, como achar um depósito de
armas. Em cinco minutos o diretor do presídio, o chefe da Polícia Política e um
grupo de oficiais amontoavam-se diante da cela de Rivero, um negro velho, todo
bondade, carinhoso e suave para conosco, mas rebelde e ácido para com os
inimigos. Entraram, bateram nele com um sabre da cavalaria — em todo o corredor
ouvia-se o som da lâmina de aço contra as veneráveis costas do irmão Rivero.
Não lembro quantas pancadas lhe deram; podem ter sido quinze, vinte, talvez
mais, não sei ... Ali mesmo, com ódio e raiva, despedaçaram a Bíblia e o
deixaram com as costas em carne viva.
Uma greve imposta
(cap. 33) A propaganda de Castro e
de seus porta-vozes no mundo abafava os gritos dos torturados e o clamor
de suas vítimas. Cuba era, para a maioria das pessoas no exterior, uma espécie
de paraíso terreno conseguido graças à revolução.
A grande imprensa
apoiava, com suas informações distorcidas sobre a realidade cubana, o tirano
Castro, e os governos de países capitalistas da Europa ofereciam-lhe apoio
diplomático, comercial e generosas ajudas financeiras gratuitas, como é o caso
da Suécia. A Internacional Socialista oferecia, então, seu respaldo moral
e político ao tirano. As denúncias a organizações internacionais, especialmente
à Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas, eram boicotadas e freadas
pelos que apoiavam Cuba e, por isso, as centenas de informações e documentos
que provavam de maneira irrefutável as torturas, crimes e violações dos
Direitos Humanos cometidos pelo regime de Castro eram atirados aos cestos de
lixo.
Quando abriam as galés
para os presos saírem ao pátio, alguns de nos conseguíamos burlar a vigilância
e nos misturávamos com os demais prisioneiros. Foi assim que conheci Pierre
Golendorf, um intelectual marxista francês, que tinha viajado para Cuba e
trabalhado para o governo cubano. Mas Pierre comprovou a falsidade dos
cacarejados "logros" da revolução e compreendeu que a ilha era uma
grande fazenda em que Castro mandava como um maioral escravagista. E disse isso. E escreveu isso.
E revelou em suas cartas a mentira que era a revolução, sem desconfiar que a
Polícia Política censurava sua correspondência. Acusaram-no, como a todos os que
discordam, de agente da CIA. Meus companheiros tinham um pouco de hostilidade
contra Pierre por seus antecedentes políticos. Era membro do Partido Comunista
francês. Eu nunca me irritei por alguém pensar de maneira diferente da minha e
tinha verdadeiro interesse em conversar com ele. E daquelas grades para dentro,
todos nós éramos prisioneiros — pensava.
Naquela tarde Pierre
lavava um de seus uniformes nos tanques do pátio. Sentei-me ao lado dele,
cumprimentei-o e perguntei-lhe que motivos o haviam levado para a prisão. Para
mim, seus critérios, seus enfoques da realidade cubana, eram muito importantes
e interessantes, por serem analisados de outra perspectiva.
— Você viu, Pierre, o
que o comunismo fez com o nosso país — disse-lhe. — A ditadura de Batista foi
substituída por outra mais feroz, mais cruel e repressiva, em todos os
aspectos. Você, só por ter escrito o que viu, foi acusado de ser agente da CIA
e condenado a dez anos de cadeia. A nova tirania é mais implacável do que a
anterior.
Eu o fiz saber que, com
Batista, os comunistas tinham até podido participar do Governo. Carlos Rafael
Rodriguez, o atual vice-presidente de Castro, tinha sido um dos ministros do
gabinete do ditador anterior. E Blas Roca e Lázaro Pena, também comunistas,
haviam desfrutado dos benefícios da ditadura de Batista, mesmo exilados.
Pierre mostrou-se
surpreso.
— Comprovei,
amargamente, que muitas coisas aqui não são como eu imaginava. Achei que a
revolução cubana era o ideal socialista, que devolveria a liberdade ao povo.
Vim para cá como um entusiasta admirador desse processo. disposto a dar-lhe o
melhor de mim, mas encontrei uma burocracia implacável, com uma nova classe
poderosa que eliminou todas as liberdades e com uma desorganização que é quase
um dogma. O país é governado, como se fosse um quartel, por um ditador
implacável, que o faz debaixo de uma fraseologia revolucionária com a qual
conseguiu enganar muitos, como a mim.
— E o mais dramático é
que esse engano não permite aos cubanos conhecerem a verdade destes cárceres e
campos de concentração, das torturas e crimes.
— É verdade, Valladares.
A maioria da esquerda européia é benevolente com Castro e parece-lhes aceitável
que ocorram fatos reprováveis, que eles qualificam como legítimos atos de
defesa da revolução.
Paco Arenal foi
designado para falar com a guarnição. Todos os dias, no início da manhã,
chamava o oficial de guarda:
— Por favor, queremos o
café da manhã. — Vão aceitar nossas condições?
— Queremos comer sem
condições políticas.
Na hora do almoço e do
jantar repetia-se o pedido para que nos dessem comida. Nem um só dia deixamos
de fazê-lo. Em outras ocasiões havíamos entrado em greve de fome por decisão
nossa; agora, era diferente: eram os militares que se negavam a nos dar
alimentos.
Todos os dias pedíamos
comida e dizíamos a eles que queríamos comer. Tinham começado a nos negar
alimentos no dia 24 de junho; julho já havia passado e estávamos em principio
de agosto.
Como são HIPÓCRITAS essa turma dos DIREITOS HUMANOS... Há muito que sabemos que prá quem precisa, é meio UTÓPICO... Na maioria das vezes só beneficia aos detentores do PODER!!
ResponderExcluirTambém sou contra a um regime que se diz bonzinho, mas que na verdade, é um lobo disfarçado em pele de carneiro.
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